sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Se eu fosse poeta...

Ah se eu fosse poeta!
Para escrever sobre sua pele morena,
Materializar seu sorriso em imagem,
Definir o brilho dos seus olhos
Em qualquer paisagem.

Escreveria lindas viagens
Contaria nosso amor para os ventos
Impregnaria seu cheiro em minhas cartas.
Traria-te para perto de mim sempre.

Se eu tivesse o dom da poesia
Não buscaria mais na vida
Outra fonte para beber a razão
Escreveria por horas, admirando-te
e agradecendo-te, por ser minha inspiração.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nascer dos Olhos

O som que emites enquanto dorme, me prende a ti.
Algo em mim fica esperando alguma reação sua.
Observo-te, sinto-me um intruso, como se quisesse espiar seus sonhos.
Os sons da casa,ao nosso redor,uma composição a te embalar.

Chego a imaginar-te, mergulhada em águas profundas e límpidas, quase intocável.
Sinto teu aroma e toco teus cabelos,sinto meu riso leve ao te admirar, e ver o desabrochar do teu sorriso.Te acarinho com malícia.

A noite inteira é pouco para esperar teu despertar.
Colocaria o sol para te acordar e faria de teu olhar o maior facho de luz
para inaugurar um novo dia.

Se eu pudesse não dormir, Observar-te-ia em sono, todas as noites e dias.
Para que no dia em que não acordar mais, eu tenha dentro de mim,
todos os registros de suas noites serenas,até lá irei colecionar
o nascer de seus olhos pelas manhãs de toda minha vida.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Belas palavras.

Um poema de palavras belas, fica belo por si só.
Consiste numa serenidade,
que, singelamente nos contamina,
Como flor de menina, colhidas,
para enfeitar nossas almas.

Poemas banhados de poesia,
Enxarcam-se de tristezas
Enxugam-se de fantasias
Se vestem de hipocrisia
E nos abraçam de nostalgia.

Rebuscado aroma de palavras,
onde a poesia vive,
Deleita-se das nossas dúvidas
Entra em coma ressoando um canto,
Eternizando-se em sentimentos.

A morte é o nascimento da poesia

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em sexto.

Entregou-lhe a carta que acabara de escrever.
Olharam-se completando o silêncio, sem despedida,deu lhe as costas.
Cada passo, disritmado, ecoava junto a uma harmonia de teclas e papéis ao vento.
Um soluço tímido pontuava a incerteza daquele momento.
Tirou o salto alto, colocou suas sandálias e deixou o escritório.
O calor lhe incomodava, o vento lhe apressava,rodeada de tantas pessoas, queria fugir.
Respirou fundo, como se fosse a ultima chance de fazê-lo.
Abriu a carta, seus olhos fitavam-na sem conseguir ler a primeira palavra.
Voltou a cena de dois dias atrás, onde sua felicidade era plena, onde sua presença era motivo de sorrisos.
Lembrou-se do seu ultimo copo de vinho, da sua ultima peça de roupa a ser tirada, do seu ultimo gemido e da porta do quarto se fechando.
Agora, com a carta na mão, já deduzia todo seu conteúdo,mas o pior,poderia ser a ultima vez em que a vira.
Culpou seu marido por não ter beijo tão doce, pele tão macia e olhar tão atraente.
Culpou sua familia por incentivar suas brincadeiras inocentes quando criança, por deixá-las dormir juntas e por ter feito aquela menina tão linda.
Culpou-se por ter demorado 25 anos para experimentar o amor.